quarta-feira, 2 de março de 2011

Querido Herbert


Oi, Herbert, beleza? Então, cara, tô desesperada procurando aquela luz no túnel que você falou, porque tá escuro e ninguém me ouve. E nem tá precisando mais chegar a noite pra eu chorar.

E o tal cais de porto? Será que chego lá? Eu preciso chegar lá! Eu tô esperando (e esperando-o!) há tanto tempo e já tá demorando demais...

Essas noites longas que nunca parecem ser suficientes... E a vida cada vez mais curta... E, desculpa, mas agora tá importando, sim! Não basta só poder TE ajudar. Eu tô querendo ME ajudar!

Ah, Herbert, e são TANTAS, mas tantas marcas que já fazem parte do que eu sou agora. Algumas delas deixaram cicatrizes muito feias, embora invisíveis a olhos que não sejam os meus. Mas, assim como você, eu ainda sei me virar!

Deixa eu ficar com você aí nessa tal lanterna dos afogados. Porque eu tô esperando e, ao que parece, ainda vai demorar.